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Arquitetos: DNSJ.arq
- Área: 489 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Carolina Delgado
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Fabricantes: Cosentino, ARTEBEL, Archicad, Bosch, CIN, Frasa, Geberit, Ikea, Italbox, MACIÇA, Porseg, Sanindusa, Sanitana, Velux, Weber
Descrição enviada pela equipe de projeto. O imóvel original estava devoluto, em mau estado de conservação, quer em termos estruturais quer de revestimentos. Não obstante, as características da edificação original mantinham-se bastante preservadas. Apresentava características mistas de arquitectura residencial e industrial. Com efeito integrava numa das dependências o antigo forno da padaria e apresenta ainda a chaminé de tijolo maciço que o servia.
As obras de ampliação propostas contribuem à requalificação de todo o conjunto edificado, não alterando a composição dos alçados nem a expressão urbana, bem como acrescenta estabilidade estrutural aos edifícios existentes. Existindo uma chaminé em alvenaria de tijolo maciço com uma deformação que colocava em risco a segurança do contexto próximo, optou-se de remover uma partepor integrar no topo um coroamento executado em chapa de “aço corten”, colocado no sítio "encamisando" a chaminé.
Nas fachadas são adotados materiais reconhecidos da arquitetura vernacular, como é o caso da telha marselha e das caixilharias de madeira. As alvenarias dos alçados são reparadas e pintadas sendo que foi mantida a cor das fachadas do edifício original. O edifício correspondente à antiga “Loja da Padaria” foi pintado de tom cinza relativamente escuro, de modo a contrastar com alguns relevos de fachada pintados de tom mais claro.
Para a ampliação do volume da “Loja da Padaria” optou-se por uma linguagem que procura dissolver a existência de um segundo piso no interior. Assim, a fachada para a Calçada de S. Vicente passa a integrar o remate das duas águas, ou seja, termina de forma triangular na frente rua, remetendo para um arquétipo de fachada reconhecido. Nesse sentido foi integrado um óculo, ao nível do piso superior. Em termos de caracterização do habitar, promove-se uma relação fluida entre sala e cozinha, propondo-se que esta se desenvolva como “Kitchenette”, potenciando a dimensão espacial das valências principais do fogo.
A possibilidade de instalar fogos em duplex no piso superior decorre do aproveitamento dos pés-direitos relativamente generosos, não implicando alteração da volumetria da cobertura, prevendo por cada fogo duplex o acesso a um terraço privativo, efectuado a partir de trapeiras com janela de sacada. Pelas melhorias que são introduzidas em termos estruturais, funcionais e estéticos a intervenção proposta traz benefícios evidentes para o edificado em causa, bem como para a relação deste com o tecido urbano em que se insere, resolvendo o problema decorrente da degradação do edifício provocada pelo mau estado de conservação da cobertura. Só por si este último seria um benefício evidente para a conservação de um bem patrimonial com estas características, mais ainda por se localizar numa das zonas históricas de Lisboa. DIA?